Festival Internacional de Cinema
Posted: segunda-feira, 16 de novembro de 2009 by Marcelo Augusto in Marcadores: FestivalLeia Mais
Encerrou-se ontem, a XI edição do até então pouco conhecido FIC - Festival Internacional de Cinema em Brasília. Mas o que realmente representou esse festival ? Pude conferir poucas obras das 86 expostas, e por isso, a resposta a essa pergunta se torna relativa. Mesmo assim, já imaginando que eu não conseguiria ver todas as obras em apenas um semana, organizei uma equipe para me aconpanhar nessa empreitada, vendo outros filmes para depois unirmos as críticas. Resultado: 9 filmes foram realmente analisados pela equipe do Cinemótica, e por meio desta postagem, exponho uma panorama parcial dos filmes que compuseram o FIC e, resumirei, sinteticamente, o que o FIC trouxe, este ano, para a Capital Federal.
Em primeiro lugar, será produzido um pequeno texto compilando tudo que foi explorado. Ao fim, colocarei uma resenha rasteira de cada um dos nove filmes assistidos, dando um fim, então, ao nosso trabalho nesse último evento internacional de cinema.
O Festival Internacional de Cinema contou com mais de quatrocentas pessoas e foi bem recebido pela maioria dos presentes. As sessões noturnas foram mais procuradas e a diversidade de filmes foi aproveitada. Pôde-se ouvir otimas reações á favor de Mother, El ultimo Verano de la Boyita, Á procura de Eric, Ervas Daninhas entre outros.
No circuito brasileiro, a maior enfâse se deu em Rua dos Bobos, A fuga da Mulher Gorila e o bem falado Os Famosos e os Duendes da Morte. Com uma mescla de filmes em um só ambiente, o cinema transpirava no local. Várias vezes pude observar pessoas ajudando outras pessoas a escolher qual filme ver, alguns tentando nos convencer a ver tal filme, outros pedindo para passarmos longe de certas obras.
Pessoalmente falando, acredito que os filmes expostos no FIC, em sua maioria, ficaram aquém daquilo que esperávamos. Os filmes se manteram na linha do razoável, o que não foi muito bom. Claro, houve filmes que trancederam e fizeram o FIC valer muito a pena. Mesclado aos filmes do circuito do Festival, haviam mais oito filmes coreanos sendo exibidos, dentre eles: Secret Sunshine.
'O grande vencedor do FIC Brasília 2009 foi o americano “Prince of Broadway”, de Sean Baker, que conta a história de dois imigrantes em Nova York envolvidos com o mercado pirata de moda. O Prêmio TV Brasil, para os filmes brasileiros, ficou com “Insolação”, de Daniela Thomas e Filipe Hirstch.
Várias menções honrosas foram distribuídas pelos júri internacional e da TV Brasil. Lucía Puenzo foi lembrada por sua direção em “O Menino Peixe”, Elsa Amiel por sua atuação em “Nulle Part Terre Promisse” e o filme “Tulpan”, de Sergei Dvortsevoy, premiado em Cannes e candidato do Cazaquistão ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2009, ganhou o prêmio especial do juri.' - Cecília Barroso
Nova York, Te amo - O filme é uma amostra de criatividade, de humor, de charme e possui um clima rasteiro, de anonimato, criando uma Nova York inatingível e ao mesmo tempo íntima. As histórias dos curtas representam dilemas vividos pelo homem e os mistura ao tempero nova iorquino de viver. O filme emociona, nos faz refletir, nos faz rir e se apaixonar. Nova York, Te amo é uma obra trancendente, provocando diversas emoções ao telespectador durante os 110 minutos de filme.
Ervas Daninhas - Ervas Daninhas, filme lançado no Festival Internacional de Cinema, expressa um cinema mais etéril, pulsante e psicologicamente despreendido de pretextos. O filme é esteticamente genial, mas a sua verdadeira genialidade é o enredo surreal e divertido dirigido por Resnais.
( 500 ) Dias com Ela - De recente estréia nos cinemas, o filme simplesmente convence. A obra trasmite harmonia do ínicio ao fim, flui por completo e faz bonito. O carisma despreendido por Marc Webb é válido e comprova que, ás vezes, uma história não precisa de mais nada para ser boa, além de uma simpática forma de ser contada.
Derrière Moi - O filme de Rafaël Ouellet é psicologicamente pertubador e sugestivo. O filme transborda momentos de pura sugestão pornografica, por se tratar de uma obra profunda: vemos uma mulher de 23 anos se relacionando profundamente com uma menina de 14. Desde o começo, percebemos que aquela relação não é uma qualquer, e que a cada vez que ela se intensifica mais, maior parece ser a bomba prestes a explodir. Angustiante e por vezes tedioso, Derrière Moi cansa e provoca ao mesmo tempo.
Quelque Chose à te Dire - Cécile Telerman produziu uma obra cansativa e instável. A crítica mordaz pelo existencialismo coletivo de Cécile é incoerente: vemos uma obra onde a manipulação familiar desencadeia uma série de acontecimentos que estão prestes a ruir a estabilidade de uma família de seis personagens, como uma verdadeira bomba relógio. Uma obra desconectada, enfadonha e pertubadoramente não lapidada, são essas as sensações que o filme não cansa de demonstrar. Uma fórmula incompreensível dentro de uma cabeça fantástica. Cécile, tente outra vez, quem sabe ano que vem.
Prince of Broadway - O filme começa de uma forma diferente, chegando até a ser mal recebida por grande parte do público, mas é genial a forma como, gradualmente, ele vai conquistando a todos nós, nos despertando para a verdadeira beleza da sua história. O filme narra a história de um imigrante negro ilegal nos EUA, que sobrevive vendendo pirataria. Em meio a toda essa desgraça, uma garota simplesmente abandona um bebê de 3 anos ao imigrante desorganizado e atrapalhado. A história começa de forma capciosa e vai se tornando uma diferente e criativa maneira de passar a mensagem de que as coisas que acontecem ás nossas vidas nem sempre vem para o mal, por mais que pareçam vir.
Amor Extremo - Um elenco supervalorizado atua em um filme superestimado. Um filme circular demais, que ás vezes acaba por perde o foco. Amor Extremo é um romance ambientalizado na Guerra, e unindo esses dois grandes campos, o resultado é decepcionante. O filme se conduz de forma arrítmica, as vezes acelerando momentos importantes e as vezes dando enfase aos desnecessários. A premissa do amor se torna tão subjetiva ao ponto de ser chata. O filme se arrasta durante toda sua duração, mas acaba camuflando tal desconexão com um final mais movimentado. A obra se configurou de forma detalhista demais, e não obteve uma grande aceitação durante o FIC.
O Festival Internacional de Cinema em Brasília foi um evento de diversas pessoas e de diversos filmes, mas mesmo assim teve um peso tímido na Capital Federal. Step by step, alguém um diz citou com muita propriedade. Os números aumentaram consideravelmte e se espera que esse número de pessoas aumente ano que vem. E assim o cinema se encaminha: aos poucos várias portas são abertas para que as pessoas conheçam mais e mais sobre essa linda arte que é a arte cinematográfica.
Retribuindo a visita, adorei o seu espaço, Marcelo. Virei aqui mais vezes também.
Cara, eu nunca fui num festival de cinema. Vontade não me falta, no ano que vem eu irei com certeza ao Cine Ceará, já que fui suficiente besta para perder este ano. Dos filmes que você escreveu uma crítica assisti apenas "500 dias com ela" e me apaixonei pelo filme. Não me esquecerei de dar uma lida na sua crítica. Abraço ;)