Crash - No limite da Vida
Posted: terça-feira, 28 de julho de 2009 by Marcelo Augusto inMúsica Tema: Maybe Tomorrow
Prêmios:
Oscar de Melhor Filme 2006
Oscar de Melhor Roteiro Original 2006
Oscar de Melhor Edição 2006
O filme mostra o encontro de vários personagens totalmente diferentes nas ruas de Los Angeles: uma dona-de-casa e seu marido, promotor público, da alta sociedade; um lojista persa; um casal de detetives da polícia - ele afro-americano, ela latina -, que também são amantes; um diretor de televisão afro-americano e sua esposa; um mexicano especialista em chaves; dois ladrões de carros da periferia; um policial novato; e um casal coreano de meia-idade. Todos vivem em Los Angeles e cada um tem sua própria história. Nas próximas 36 horas, eles vão se encontrar.
Crash – No limite da Vida é um filme intangível. O seu desenrolo cinematográfico revela quão precioso um bom roteiro pode ser e o quão perfeito o cinema é, ao ser vinculado com questões sociais da atualidade. A sua história, por ser simples, revela também a capacidade de transmitir uma mensagem de forma certeira e precisa. A sagacidade dos personagens possui uma forma de atingir psicologicamente as pessoas que assistem Crash. A parte técnica do filme é impecável e sua abrangência específica é inquestionável. Parece paradoxo em se citar abragência específica, no entanto, a conexão entre a simplicidade dos fatos, o descompromisso com uma história retilínea e o alcance que os personagens apresentam, revela certeiramente o preconceito, assunto abordado no filme. O filme é abrangente por se tratar de tantos tipos sociais, que justamente por isso e por uma seqüência de coincidências, fazem com que o filme, aparentemente uma história retilínea, se torne um filme circular e intenso. O encaixe entre essa simplicidade abordada, a profundidade dos personagens e a técnica incomparável do filme colocam Crash como um dos melhores filmes da atualidade do cinema. O filme faz jus a sua frase de efeito: Até onde você se conhece?
O filme nos faz acompanhar a capacidade que cada pessoa tem ao ter que lidar com situações inusitadas, onde o preconceito embutido se torna vivo e presente. As pessoas descobrem quão preconceituosas são ao terem de lidar com abismos diferentes e opostos: a infelicidade ou a amargura da vida e o medo do negro, do estrangeiro, do diferente. As personagens são levadas para o fundo desse abismo, onde descobrem quão fracas são, e o quanto elas não se conhecem realmente. O confronto entre o medo, a fúria, o abandono, as condições de vida, a violência e a intolerância se misturam nesse show de filmagem. Os atores nunca trabalharam tão espetacularmente como trabalharam em Crash. Crash não é apenas um filme: é um retrato da existência humana.
A questão do racismo é complexa e sua abordagem no filme pode soar agressiva em primeira instância, mas é analisada com um realismo e coragem impressionantes, somando mais pontos a Crash – No Limite , seja junto aos negros americanos, como os latinos ou árabes - principalmente após os fatos acontecidos após 11 de setembro. O preconceito acaba sendo um tema incessantemente abordado durante toda a película, que marca a estréia do canadense Paul Haggis – roteirista do premiado Menina de Ouro (2004) – na direção. Haggis trabalha com esperteza a insegurança o olhar superficial que se tem ao viver em uma metrópole como Los Angeles.
A história, escrita pelo diretor em parceria com Bobby Moresco, não mostra um retrato maniqueísta da realidade. Não há culpados, nem vítimas: todos estão à mercê do medo e da imprevisibilidade. O cineasta usa a superficialidade das relações na era moderna para despejar personagens em busca de sentidos e emoções, nem que para isso seja preciso um violento esbarrão no trânsito.
A narrativa começa em um desses acidentes de trânsito. A partir daí, são mostradas as 36 horas que antecedem o momento da tragédia.Entram no contexto do enredo Jea(Sandra Bullock)uma dona de casa egocêntrica, e seu marido Rick (Brandan Fraser), um influente promotor público;Graham (Don Cheadle)Ria (Jennifer Esposito , um casal de detetives avessos à corrupção; o renomado diretor de televisão Cameron (Terrance Howard)e Christine (Thandie Newton), sua esposa; Daniel (Michael Pena), um chaveiro mexicano; Farhad (Shaun Toub, um lojista persa desmiolado; Peter (Larenz Tate, Anthony (Chris “Ludracris” Bridges), dois ladrões de carros da periferia; e Tom Hansen (Ryan Phillippe), um policial novato aprendendo as lições da rua com Ryan (Matt Dillon).
esse filme é animal! recomendo mesmo ;]