And Then There Were None

Posted: quarta-feira, 12 de agosto de 2009 by Marcelo Augusto in
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Hm, está aí um clássico filme de suspense. Escrita por nada menos que Agatha Christie, And Then There Were None [ O caso dos dez negrinhos ], traz uma história repleta do puro suspense típico da escritora inglesa, e além do mais, o filme foi rodado em 1945, logo podemos admitir que o filme foi sim uma inovação para a época. Apesar de ter uma pouca duração, o filme consegue perfeitamente nos levar as páginas do livro, sem alterar nada, ou pôr algo a mais.

Sinopse: Oito pessoas de diferentes classes sociais são convidadas para passar as férias em uma mansão na Ilha do Negro por um Sr. e Sra. U. N. Owen. Ao chegarem, o mordomo e sua esposa, Thomas e Ethel Rogers, dizem que os anfitriões não estão ainda na ilha. Nos seus respectivos quartos, cada hóspede encontra um retângulo de pergaminho emoldurado em cromo com uma cópia do poema "Os Dez Negrinhos" na parede, que diz:

Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;
Um deles se engasgou e então ficaram nove.
Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito!
Um deles cai no sono, e então ficaram oito.
Oito negrinhos vão a Devon de charrete;
Um não quis mais voltar, e então ficaram sete
.Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles se corta, e então ficaram seis.
Seis negrinhos de uma colméia fazem brinco;
A um pica uma abelha, e então ficaram cinco.
Cinco negrinhos no foro, a tomar os ares;
Um ali foi julgado, e então ficaram dois pares.
Quatro negrinhos no mar; a um tragou de vez.
O arenque defumado, e então ficaram três.
Três negrinhos passeando no Zoo. E depois?
O urso abraçou um, e então ficaram dois.
Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então ficou só um.
Um negrinho aqui está a sós, apenas um;
Ele então se enforcou, e não ficou nenhum.

No primeiro capítulo do livro é relatada a viagem de oito dos dez estranhos, que se encontram todos em simultâneo a caminho da ilha. Nesta primeira fase conhecem-se todos os motivos que os oito estranhos têm para se dirigir à ilha, se bem que nenhum deles conhece o anfitrião, já que os convites são na sua maioria, ou de ofertas de trabalho e/ ou ocupação, ou uma carta do genero:
“conheço um amigo do seu amigo que me disse…”.

Independentemente do convite no seu tom dúbio, na data combinada oito dos dez convidados encontram-se na ilha. Os outros dois, Mr. e Mrs. Rogers, já se encontravam na ilha, já que tinham chegado cerca de uma semana mais cedo, de modo a que pudessem preparar todos os quartos e limpar toda a casa, como havia sido pedido, já que estes foram encarregues de serem os empregados que se encarregariam das obrigações da mansão situada na ilha.



Permeado nesse tom de curiosidade e suspeita, os dez personagens desse filme se reunem para jantar sem seus anfitriões, que simplesmente não aparecem. Nesse momento, um gramafone começa a falar em voz alta dez crimes insolúveis cometidos por cada um da mesa, e promete a todos, vingança pelos assassinatos indiretos ou diretos que cometeram.

O clima que se inicia é de um verdadeiro tribunal: todos percebem o perigo da situação e começam a desconfiar um do outro. Os crimes cometidos pelos visitantes variam desde da passividade a um afogamento, até o atropelamento sem socorro. Ou seja, todos os supostos crimes são injulgáveis, visto que não houve provas suficientes para condená-los.

Com tais declarações gera-se o pânico na sala de jantar e Mrs. Rogers desmaia. Perante tal caos, todos se servem de bebidas e fazem Mrs. Rogers beber conhaque, para que esta pudesse ser reanimada. Após a calma ter voltado às almas dos convidados, Marston (outro dos hóspedes) brinda, bebendo de uma vez o conteúdo do seu copo, e acaba por morrer no mesmo instante.

Depois de minutos para que todos pudessem se recompor, resolvem dormir na ilha já que uma tempestade os impede de sair do local. Eles estão confinados a ilha com um cadáver. Logo, algo sinistro acontece pela manhã, quando Mr. Rogers não consegue acordar a sua mulher e esta é igualmente dada como morta.


O caos é generalizado. Presos a ilha, com dois cadaveres, resolvem vistoriar a ilha. Descobrem que estão sós e que o socorro não virá por causa da terrível tempestade que os assola. Para desvario total, as mortes vão ocorrendo sumariamente e elas são celebradas com o desaparecimento de estatuetinhas negras que se encontravam inicialmente colocadas numa mesa da sala de jantar e, além disso, essas mesmas mortes correspondem às mortes descritas pela poema acima.


No dia seguinte, de manhã, os hóspedes acordam com uma cena horrenda: Rogers tinha sido brutalmente morto com um machado na cabeça, ao qual tinham sido limpas todas as impressões digitais.

Nessa mesma tarde Miss Brent, uma velha solteirona, aparece morta, depois de se ter atrasado para outra reunião dirigida por Wargrave, sendo que a morte desta tinha sido causada por uma seringa hipodérmica.

O mistério se instala. Sucessivamente, as mortes vão seguindo a ordem sombria do poema e o tempo vai se esgotando. Resta saber:

Quem é o assassino? Quem é o próximo?

Com um final genial, intocável, And then There Were None é sensacionalmente uma pérola.

Infelizmente, o filme não apresenta as técnicas do cinema atual. Me pergunto então se valeria mesmo a pena um remake dessa obra. O livro é perfeito com cada ponto de ortografia, ou seja, um ponto a mais, ou um ponto a menos, tiraria a perfeição da obra de Agatha. Será que se eles fizessem o filme de novo, a história seria levada a séria como foi no filme de 1945 ?

O estilo de comédias leves de Clair [ diretora ] e o roteiro dinâmico de Nichols diminuíram o clima macabro da obra original, mas agilizaram a história deixando-a agradável ao público, que tinha trabalho de descobrir o enigma - que é justamente uma das características básicas do livro de Agatha Christie.

Com excelente uso de humor e da ótima trilha sonora de Mario Castelnuovo-Tedesco, além das perfeitas gags visuais (uma das marcas registradas do diretor), o filme acabou se tornando um dos mais eficazes e simpáticos suspenses de todos os tempos. Um dos diálogos do filme, proferidos pela convidada miss Brent, demonstra sua leveza: "Foi muito estúpido matar o único criado da casa. Agora não sabemos nem onde encontrar a geléia".

Para compor esta peça de humor negro o elenco foi genial, destacando-se Barry Fitzgerald (que atuara em O Bom Pastor), Walter Huston (pai do diretor John Huston e ganhador do Oscar de ator coadjuvante no clássico O Tesouro de Sierra Madre) e Judith Anderson (famosa por ser a governanta sinistra do clássico Rebecca, de Alfred Hitchcock).


Sua última exibição no Brasil foi realizada pela TV Cultura na década de 80, com cópia dublada. Fãs do suspense e da inteligência cinematográfica precisam ver ou ver esta deliciosa obra, ou no mínimo, precisam ler esse livro.


PS: Os vídeos do filme estão na barra do meu blog na coluna direita!



13 comentários:

  1. Nor legal não li tudo mas o tanto q li me deixou curioso adoro filmes!
    Talvez assistirei esse. :)

    http://princemorbido.blogspot.com
    passa lá :D

  1. filmes de suspense me dao medo!

  1. Luís says:

    Eu li esse livro da Agatha e ele está no meu top 3 da autora. Eu acredito que essa seja uma das melhores obras que li com o conteúdo de suspense similar aos grandes filmes que envolvam assassinos misteriosos.
    Infelizmente, somente agora descobri que havia uma produção cinematográfica sobre esse livro; conhecia outros títulos, como aqueles em que o Poirot está presente, mas esse, que é um dos melhores dela, nunca soube. Certamente vou correr à locadora para procurá-lo.
    Eu acredito que um remake - desde que seja feito quadro a quadro, a fim de não estragar o que está bom - seria bem-vindo, já que o aspecto envelhecido do filme pode desagradar a alguns espectadores. Penso que a renovação traria dois benefícios: mostraria às pessoas um bom filme de suspense e ainda elevaria a busca pelo ótimo livro.
    E no final, não tinha ninguém.

    Permita-me analisar o seu Blog com maior atenção, pois pelo pouco que vi gostei muito dele. Me dê tempo para poder ler e comentar mais alguns posts.
    Como não preciso de mais de um artigo para perceber o quão interessante esse Blog é, saiba que está nos meus favoritos.
    ;)

  1. Clássicos são muito bons, eu particularmente passo horas assistindo esse tipo de filme, neles temos os verdadeiros atores.

  1. B.~* says:

    Adoro Clássicos!

    http://virandoocopo.blogspot.com/

  1. hehehhe, agora que eu vi q vc colocou o endereço do blog q queria q eu visitasse!
    eu amo cinema, mas aqui onde moro demora muuuuuito pra chegar os filmes...mas pelo menos a entrada é barata!

  1. Dewonny says:

    Olá, passando pra retribuir sua visita, gostei do teu espaço, tem um conteúdo bastante interessante, linkei teu blog no meu!
    Sobre o filme aí, eu nunca vi, mas já tinha ouvido falar, és o primeiro blogueiro q vejo comentando sobe ele, coisa q me deixou interessado em assistir!
    Abraço! Diego!

  1. Não vi o filme, mas tenho o livro que inclusive ainda não li ^^'
    Mas sou fã de Agatha Christie, ela me fisgou quando eu lia Sherlock Holmes, poderosa ela, não? haha

  1. Lilian C. says:

    Me interessei pela historia. Gosto e prefiro mais os classicos, principalmente os livros.

  1. Inez says:

    Suspense não é meu prato preferido,há muito tempo atrás comecei a ler o livro, mas, não consegui terminar.

  1. Airton says:

    opaa
    axei q tivesse comentado nesse post heheh

    intaum walter huston eh bem legal..em sierra madre ele esta bem

    http://publicandobr.blogspot.com/

    coisa nova

    abraço

  1. Anônimo says:

    filmes de livros da Agatha Cristie...será que encontro pra alugar?
    li todos os livros dela na minha adolescencia...adorava o suspense...

  1. Luís says:

    Cara, saiba que indicamos um selo para o seu Blog.
    Passa lá pra ver.