Pfeiffer's Times : Resenhas
Posted: domingo, 23 de agosto de 2009 by Marcelo Augusto in
Faz algum tempo que tenho sentido essa sensação de admiração pela Michelle Pfeiffer. Antigamente, eu apenas reconhecia seu talento, mas agora, ela tem me despertado uma atração um tanto que incomum. Então, movido por um desejo cinéfilo inexplicável, resolvi falar de dois filmes ( filmaços, diga-se de passagem ) que eu tive o prazer de ver.
São filmes que talvez vocês conheçam, mas não são os principais filmes de Michelle.
Aproveitando o momento, acho que Pfeiffer merece seu posto no Hall da Cinemótica. Após falar dos dois filmes, farei um pequeno prospecto de sua carreira e a colocarei no meu Hall! Bom divertimento.
PS: Eu realmente aconselho esses dois filmes.
1. Deixe-me Viver
Título Original: White Oleander
Ano de lançamento : 2002
Sinopse: Deixe-me Viver é um belo filme que tem no elenco quatro atrizes sensacionais. Emocionante e intrigante, narra a história de Astrid, uma garota que percorre vários lares adotivos de Los Angeles depois que sua mãe superpossessiva mata o namorado que a abandonou e vai presa. Em cada casa ela se depara com uma "mãe adotiva" diferente. São mulheres com histórias que marcam sua passagem da juventude para a idade adulta. Astrid terá que aprender a perdoar e amar para sobreviver.
Crítica: Esse filme é uma obra tão delicada, tão minunciosa, que toda sua potência reside nesses pequenos detalhes escondidos na obra. Deixe-me Viver trata-se de um filme sobre a construção do caráter de uma menina abandonada por sua mãe, um ser potente e forte demais. Pfeiffer desempenha o papel de Ingrid, uma mãe que poem sua filha á sua sombra e traça manipulosamente o destino de sua filha. Vemos um relação mãe-filha perigosa demais, atada demais, e é justamente com esse ponto que a filha, Astrid, precisa lidar: se libertar de sua mãe.
Mesmo mal vendo sua mãe, que está presa, Astrid traça um destino modelado pelo ego de sua mãe. Astrid se depara com lares perigosos, e passa por provações tão extremas, que seu destino se encaminha para um confronto com sua mãe. O filme hipnotiza.
A partir daí passamos a acompanhar essa garota na busca por um lar adotivo, e é justamente essa busca que lhe trará momentos traumáticos, que irão pontuar sua passagem para vida adulta.
Acostumada a conviver com uma mãe controladora e de certo modo egoísta, a garota se vê desamparada, e percebe que não pôde desenvolver sua personalidade de maneira espontânea.
A busca por auto-conhecimento ocorre no decorrer do filme, com as diversas tentativas da menina em se adaptar á uma nova família. Na tentativa de se encontrar, a garota passa a assumir a personalidade das pessoas á sua volta, enquanto luta para mostrar a sua mãe que têm o direito de fazer suas próprias escolhas.
Apesar do teor bastante emocional do filme, o diretor Peter Kominsky prefere não apostar no sentimentalismo barato e joga toda carga emocional da trama nos ombros de suas competentes atrizes. Assim podemos desfrutar de momentos de pura verdade, embalados por atuações sinceras de Alison, Pfeiffer e também das excelentes coadjuvantes, Robin Wright Penn (a primeira mãe adotiva) e Renée Zellweger ( a segunda tentativa).
Mesmo estando rodeada de boas atrizes, Alison Lohman ( Drag me to the Hell ) consegue se firmar como a principal atração de Deixe-me Viver, afinal é seu olhar e sua incrível capacidade de transformação que irão nos conduzir por todo o filme, sem ela a história poderia passar desapercebida, mas seu talento contagia todo o elenco e provoca cenas inesquecíveis.
Enfim, Deixe-me Viver merece ser conferido em vídeo ou DVD, já que sua passagem pelos cinemas brasileiros foi, injustamente, tímida, esmagada por algum filme arrasa-quarteirão da temporada.
Nota: 10/10
2. Mentes Perigosas
Título Original: Dangerous Minds
Ano de lançamento : 1995
Sinopse: Oficial da marinha (Michelle Pfeiffer) abandona carreira militar para realizar o antigo sonho de ser professora de inglês. Mas o grupo de alunos rebeldes que tem pela frente, logo na primeira escola em que leciona, será capaz de colocar à prova todo seu treinamento e experiência adquiridos nas força armadas.
Crítica: Mentes Perigosas é um filme intensamente vibrante. Apresenta a realidade da educação não só americana e aborda um tema vergonhoso demais para que os outros falem abertamente: o abandono de pessoas na miséria e a perda da pesperctiva de vida. A sinopse do filme encara uma temática tão discutida, mas a apresenta de um jeito psicologicamente provocante. Pfeiffer mostra seu punho artístico e dá vida a cada encenação de sua personagem. Ela e a Louanne [ sua personagem no filme, oficial da Marinha ], foram feitas uma para outra e ponto. É essa a sensação passada pela sua brilhante atuação.
A dinâmica entre alunos e professores é tão esmiuçada nessa obra, que nos envolvemos muito em cada momento do filme e perdemos a percepção de tempo. Destaco a trilha sonora, com a perfeita canção adaptada a história: Gangstar Paradise - Coolio.
As primeiras cenas do filme Mentes Perigosas (EUA, 1995. Direção: Jonh N. Smith) são mostradas em preto e branco e apresentam um bairro, visivelmente, pobre. As paredes das casas estão grafitadas e pichadas. Há um sem teto vagando pela rua. À medida que vemos a cena, ouvimos um Rap. Essa combinação entre o cenário e a música já nos diz que se trata de uma história que vai falar da situação de jovens que vivem na periferia de uma grande cidade norte-americana. Então, estamos falando em um gueto e nesses grupamentos humanos moram, geralmente, os afro-descendentes e os latinos.
Conquistar a confiança dessa turma é o desafio proposto de Louanne. Portanto, a responsabilidade pelo sucesso ou pelo fracasso escolar é de inteira responsabilidade da professora. Mas, conseguir a confiança dos alunos é apenas um aspecto desse processo. Há muito mais em jogo: assegurar a atenção dos alunos; facilitar o processo de ensino-aprendizagem; e, cuidar do equilíbrio psicológico e afetivo da turma.
A professora, depois de refletir, resolve então lançar mão de um recurso: muda a maneira de se vestir, conversa sobre sua própria história de vida, ensina técnicas de luta, institui um programa baseado, explicitamente, na recompensa e na valorização do potencial intelectual dos alunos.
O filme é simplesmente uma obra encantadora de se ver, e ainda mais com o brilho que Pfeiffer despreende para a obra.
Nota: 10/10
Michelle Pfeiffer nasceu em 29 de abril de 1958, em Santa Ana, Califórnia. É filha de Dick e Donna Pfeiffer, tem um irmão mais velho e duas irmãs mais novas, Dedee e Lori, também actrizes.
Nome: Michelle Pfeiffer
Data de Nascimento: 29 de Abril de 1958
Local de Nascimento: Santa Ana - Califórnia - EUA
Enquanto se formava em Jornalismo, Pfeiffer trabalhou como assistente de oftalmologista, caixa de supermercado e vendedora de roupas. A vitória num concurso de beleza lhe abriu as portas do showbusiness e mudou suas intenções profissionais.
Nesse período, Michelle começou a estudar representação, mas seus primeiros filmes não foram dos mais estimulantes, embora o papel principal na fracassada continuação de ''Nos Tempos da Brilhantina'' deva ter parecido interessante.
Pfeiffer concluiu a década de 80 como a cantora de ''Susie e os Baker Boys'', filme pelo qual a atriz foi premiada com o Globo de Ouro e novamente indicada ao Oscar.
Os anos 90 foram pródigos em bons trabalhos para Pfeiffer, que esteve encantadora em filmes como a comédia romântica ''Um Dia Especial'' (1996), também produzida por ela.
Entre uma série de boas atuações (em gêneros diversos), Pfeiffer foi muito admirada por ''A Época da Inocência'' (1993, drama romântico passado no século 19) e especialmente em ''As Barreiras do Amor'' (1992), drama em que ela vive uma fã dos Kennedy que envolve-se com uma família negra. Este filme trouxe à atriz outra indicação ao Oscar e um prêmio no Festival de Berlim.
- 1987- As Bruxas de Eastwick
- 1988- De Caso com a Máfia
- 1992- Batman - O Retorno
- 1995- Mentes Perigosas
- 1999- Nas Profundezas do Mar Sem Fim
- 2002- Deixe-me Viver
- 2007- Hairspray - Em Busca da Fama
- 2007- Nunca é Tarde para Amar
Só vi o 'Mentes Perigosas'. Um filme que surgiu naquela corrente de fitas sobre as escolas norte-americanas e as suas dificuldades de integração das diversas culturas. Dessa longa lista, este coloco-o como interessante. Acima de tudo temos uma Michelle Pfeiffer em grande.
Abraço.